disse, 33…?

33

Disse mesmo.

Tive de fazer contas, mais uma vez. De há uns anos para cá deixei de acompanhar o número da minha idade. Não que me sinta velha… simplesmente… não sei. Mas acontece. “Quantos anos tem?” – “Ora… desculpe, deixe-me fazer contas. Ora, 79, 89, 99, 2009, 2012… 33 (?)” Conto e reconto e concluo que deixei de sentir a idade. Não se enquadra nem desenquadra. Apenas não me sinto um número. E sim, claro que não me sinto com 33, seja lá o que for que isso significa.

Dizem que é a idade em que tudo muda, a idade de cristo, a idade de… um sem número de significados simbólicos que podem ser encontrados com uma pequena busca na net.

Para mim, um novo ano, num país adormecido pela “crise”. Começo a procurar trabalho, agora que o Gil já gatinha por todo o lado e dentro de poucos meses já se junta à irmã nas idas para a escolinha. Ela está desejosa de o ter por lá. E acho que ele também vai gostar. A casa começa a ser pequena e monótona para a sua excessiva curiosidade e necessidade e comunicar.

Mas o país parece estagnado, não há nem sombras de propostas, de ideias, de projectos. Já não será mau manter-me nas pequenas coisas que estou a fazer e esperar calmamente que a auto-estima e a confiança da nossa cultura regresse, que o país se renove de vontades. Veio mesmo a calhar esta maternidade. Se é para estar em casa, então este parece ser o momento certo.

O sol começa a espreitar e os especialistas na matéria prometem bom tempo a partir de amanhã, com temperaturas a subir sem parar pela semana fora. Espero que sim. Seria uma bela prenda de 33. Gosto de sol e de calor. Gosto de pouca roupa para lavar, para vestir, para por e tirar. Gosto de dias simples, de acordar cedo e de me levantar da cama sem frio.

Hoje não arrumo a casa e não cozinho. Tenho melhores planos, com catraios pelo meio e umas boas fatias de pizza.